Ginástica na Bola
"Só aprende quem quer
MEIA centena de classes de ginástica expôs-se à apreciação de um júri e do público que, há dias, acorreu ao Estádio 1.º de Maio para ver os esquemas de exibição que pretendem levar a Dornbirn (Áustria) para a 13.ª Gymnaestrada Mundial de 2007. A Gymnaestrada sofreu várias alterações no final da segunda metade do século XX. Entre outras, surgiram limitações de grupos por país e do tempo de exibição de cada classe. Contudo, o espectáculo sempre dependeu da qualidade dos executantes, das propostas pedagógicas, ou da dimensão estética dos grupos. As actuais limitações não significam menos excelência. Pelo contrário. A Gymnaestrada é mais mediática, está mais em evidência. Por isso, chegamos aos dias em que ter direito a quinze grupos de interior (como é o caso de Portugal) não justifica ter de preencher esta quota de qualquer modo. A ginástica geral é uma actividade amadora, cujos praticantes assumem todas as despesas com a ida à Áustria. Porém, os objectivos de confraternização não estão desligados de requisitos de qualidade que tanto pode encontrar-se em grupos da terceira idade, como de jovens; em classes rítmicas, como naquelas onde predominam saltos, acrobacias ou dança. Não foi isso que se viu no pavilhão do Inatel. Foi preocupante a falta de conteúdo técnico de muitos grupos. O atrevimento de profissionais de desporto que se julgam Filipe La Féria da ginástica e ultrapassam os limites de capacidades próprias e dos alunos. O excesso de acessórios e guarda roupa que, afinal, não tapam lacunas. Ginásticas que arremedam (mau) teatro e dança, ou vice-versa, contando histórias cujas explicações escritas ainda são mais espantosas do que a execução. Os ginastas de uma Gymnaestrada não são turistas. Apresentam-se sob a responsabilidade da FGP e a bandeira nacional. Muito terão justificação oficial para faltar ao trabalho, a aulas ou exames. São Portugal, quer se exibam em pavilhões, quer em locais públicos. Um ano pode dar tempo a correcções, mas nada garante que sejam feitas ou venham a ser exigidas. Aliás, nem é sequer este cenário o que mais lamento, mas sim o seguinte: O que é que discutimos, ou aprendemos, a partir do muito bom que veio a Lisboa em 2003 e, até, do que muitos grupos nacionais então fizeram? Foi AQUILO?!..."
Jenny Candeias
Um dia destes no jornal "A Bola" saíu este comentário da Jenny Candeias, que segundo o que eu ouvi, e se as minhas fontes estão correctas, foi um dos júris da selecção.
Se por um lado fiquei triste com algumas coisas ditas, por outro, após ter falado com a Inês Almeida, que concorda em parte, apercebi-me que a Senhora até tem razão nalguns aspectos.
(Dentro de pouco tempo continuarei o post expondo as minhas opiniões.)
2 Comments:
Pois. Eu também acho que a senhora tem razão nalguns pontos. Se calhar, mais valia levar menos blocos de interior e mais qualidade... Mas também fico triste, porque sei que todos trabalharam e deram o seu melhor e é pena que isso não seja suficiente para agradar aos mais exigentes.
Talvez a forma como foi escrito tenha sido generalista e um pouco agrssiva, mas eu concordo com a senhora. Vi as exibições de manhã e de tarde, e haviam blocos mesmo muito fracos, do tipo: "sem comentários...". Havia mesmo blocos de exterior bem mais interessantes que alguns que concorreram ao interior. Foi também com muito espanto que observei a diferença entre a qualidade de 2003 e a que foi apresentada no dia da selecção, e concordo quando se diz que muitos técnicos não têm em consideração o limite das capacidades dos seus atletas (e eu sei que todos se esforçam para dar o seu melhor)...Mas é claro e evidente para mim, que esta senhora não viu o 1º bloco de interior a ser apresentado, ou seja, o bloco do TEAMGYM LISBOA CLUBE, ou seja, o nosso bloco ;) ! hehehe
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